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ENQUADRAMENTO

O papel dos serviços dos ecossistemas agrícolas não é uma nova realidade nem tão pouco exotérica. A alguns anos a esta parte têm sido propostas várias metodologias científicas que procuram quantificar em termos económicos estas interações.

 

Se é verdade que o contribuinte ou o consumidor reconhece a importância destas questões do ponto de vista do ambiente, também é igualmente verdade que sem a quantificação económica destas externalidades positivas o estimulo para o seu desenvolvimento dificilmente estará ao nível da importância que tem a médio ou a longo prazo.

 

A este respeito, a própria discussão da futura politica agrícola comum (PAC) que decorre é bastante clara no sentido de estimular os agricultores a desenvolverem novos processos de gestão com o objetivo de incentivarem os vários agentes a implementarem práticas agrícolas benéficas para o ambiente e para o clima. 

 

Este pacote de medidas consta no Greening e terá um impacto direto às ajudas diretas que os agricultores possam eventualmente vir a beneficiar.

Em termos gerais, o greening pede aos agricultores o seguinte:

 

  1. Diversificação de culturas (um agricultor deve cultivar pelo menos duas culturas, quando a sua terra arável for superior a 10 hectares e pelo menos três culturas quando sua terra arável for superior a 30 hectares;

  2. Manutenção de "áreas de foco ecológico" em pelo menos 5% da área arável da exploração agrícola para explorações com áreas superiores a 15 hectares (excluindo pastagens permanentes) - ou seja, margens dos campos, sebes, árvores, terras em pousio, características da paisagem, biótopos, faixas de proteção, etc. Este número poderá subir para 7% em 2017.

 

Estes são já os desafios que são colocados aos agricultores, já não se trata de uma visão longínqua e cinzenta do futuro, é a realidade. É precisamente este ponto que este projeto se insere e justifica. 

 

É perante esta nova realidade que este projeto responde, envolvendo uma parceria altamente diversificada, que envolve:

 

  • Caracterização da vegetação autóctone potencial na exploração e áreas com flora natural ou seminatural;

  • Estudo da estrutura do solo e sua microbiologia;

  • Levantamento da biodiversidade da exploração (aves, mamíferos e insetos);

  • Levantamento dos principais indicadores ambientais e meios de monitorização;

  • Quantificação económica das externalidades positivas.

 

Com este trabalho, será possível desenvolver e incorporar na gestão agrícola intensiva do milho para grão, a gestão da biodiversidade nas áreas menos produtivas da exploração (estas áreas são comumente utilizadas por outros agricultores), nos cantos do pivot em regime de sequeiro (estas áreas são produtivas, contudo, com pouco rendimento económico), na periferia dos pivot’s em regime de regadio (não se conhecem exemplos desta prática em Portugal) e na periferia da exploração serão criadas e mantidas faixas de plantas em regime de regadio gota a gota. 

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