IMPACTO GERADO
O impacto gerado pela operação no curto médio prazo é bastante positivo. Como já foi referido anteriormente, em toda a área do Mediterrâneo a agricultura desempenha um papel chave na manutenção e promoção da biodiversidade.
Portugal apresenta índices de biodiversidade elevados em todo o seu território, que estão frequentemente associados à atividade agrícola. Mesmo em situações de agricultura mais intensiva é possível implementar melhorias nas práticas agrícolas que contribuem para minimizar os impactos que essa atividade tem na biodiversidade e contribuir para a sua promoção.
Com este projeto pretende-se realçar esta estreita ligação, aumentando o conhecimento prático que existe para a realidade portuguesa e estudando quais as melhores formas de aplicar no terreno as técnicas que favorecem a biodiversidade.
Este e um projeto que tem potencial para ser alargado a outras culturas, no entanto, dada a enorme diversidade de explorações agrícolas distribuídas por todo o território do Continente, tanto no que respeita ao meio físico em que se inserem, como ao tipo de atividades nelas praticadas, a adoção por parte dos agricultores de medidas preservadoras e promotoras da biodiversidade têm de ter ajustamentos aplicados à realidade de cada setor e às especificidades de cada território.
Existe a expetativa que no futuro seja possível aos agricultores, enquanto prestadores de serviços ambientais, atingirem metas mais ambiciosas e exigentes do ponto de vista da biodiversidade, é necessário garantir uma maior implementação prática das medidas que lhes são propostas, de modo a que os compromissos a assumir pelos agricultores sejam o mais ajustado possível à realidade concreta das suas explorações.
O papel deste projeto no setor, nomeadamente no Concelho da Golegã, onde o produtor é já uma figura de referência terá com certeza um impacto muito grande e um enorme acolhimento. Dar a conhecer os principais resultados, o que se pode poupar e os ganhos de produtividade e simultaneamente um agente de promoção da biodiversidade irá ser alvo de todas as atenções do setor.
Além disso, considera-se que este projeto seja um primeiro passo para que o setor passe a encarar a produção intensiva de milho como uma oportunidade de acrescentar valor à produção pela via da gestão da biodiversidade. Essa atividade, hoje é encarada como uma externalidade positiva, não obstante, o esforço humano e de capital que é necessário investir.
À semelhança com o que acontece com a certificação FSC, é possível desde que cabalmente demonstrado, valorizar o preço de venda do milho assente numa lógica de pagamento dos serviços do ecossistema. Desta forma, este novo processo, além de gerar um retorno positivo em termos de biodiversidade (aumento do capital natural que é um bem público) gerará ainda um retorno financeiro que pelo menos sirva de incentivo ao promotor e outros produtores a desenvolverem atividades semelhantes.