.EFA(Estrutura de Foco Ecológico).
As estruturas de foco ecológico (EFA) são todas as estruturas existentes da paisagem, sejam estruturas verdes ou estruturas azuis, que potenciam e proporcionam benefícios ecológicos de forma direta ou indireta. Cada estrutura tem um determinado impacto potencial face aos serviços dos ecossistemas (estética da paisagem, sequestro de carbono, controlo de pragas, entre outros) e à biodiversidade (aves, mamíferos, abelhas, invertebrados) em função da combinação e configuração das suas características (forma, declive, largura, tipo de espécie, entre outros).
Para além de percebermos qual é o impacto que as estruturas de foco ecológico têm nos serviços dos ecossistemas (SE) e na biodiversidade (quer seja na sua manutenção ou instalação) é importante percebermos a influência que estas exercem na sua envolvência. Por outras palavras, é igualmente importante percebermos o efeito que advém da sua existência ou conectividade a outras estruturas contíguas ou adjacentes. Regra geral, o valor individual das EFA aumenta, quando existe na sua vizinhança outras EFA’s.
CARACTERÍSTICAS ENVOLVENTES GERAIS
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Estrutura Vegetal Adjacente – habitats estruturalmente diversos (como prados, matos, sebes ou bosquetes) em estreita proximidade com estruturas de foco ecológico, proporcionam um habitat favorável a muitas espécies – nomeadamente aos anfíbios (durante a fase do seu ciclo de vida) e aos repteis – assim como um aumento da diversidade de espécies vegetais com floração.
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Corredores Ecológicos Adjacentes – a presença de estruturas lineares diversas com vegetação densamente estratificada (um estrato arbóreo, um estrato arbustivo e/ou estrato herbáceo) proporcionam locais de hibernação para pequenos mamíferos e insetos (apoiando consequentemente os seus predadores), um habitat favorável para os polinizadores (devido à potencial existência abundante de recursos florísticos) e um habitat potencial e preferencial para insetos voadores noturnos – como borboletas e traças – criando em consequência também um habitat favorável e potencial para os morcegos. Em suma, proporcionam uma maior conectividade entre diferentes habitats, que apenas será reduzido com a redução da dimensão e da estratificação das estruturas.
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Presença de Árvores antigas num raio de 1 km2 – árvores mais antigas, com buracos/cavidades basais, ramos e ritidomas (casca) soltos proporcionam um habitat e dormitório favorável para os morcegos – que por sua vez ajudam no combate de pragas. Para além dos morcegos estas estruturas também são benéficas para anfíbios, aves, invertebrados, polinizadores e répteis. A presença de edifícios antigos, já degradados com algumas fissuras, têm o mesmo efeito.
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Presença de espécies com frutos – a existência e presença de espécies fruteiras é importante visto que são uma fonte de alimento para aves, mamíferos e invertebrados.
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Presença de Espécies portadoras de pólen – as espécies portadoras de pólen são importantes para os invertebrados e para os polinizadores, que consequentemente vão potenciar os serviços de polinização da exploração. Ao potenciarmos a polinização a produtividade das culturas adjacentes ou contíguas poderá melhorar substancialmente.
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Diversidade Florística – a diversidade florística é um dos fatores mais importantes para a polinização. Diferentes estruturas arbóreas, arbustivas ou herbáceas (compostas por espécies diferentes e com períodos de floração escalonados) vão atrair uma maior diversidade de polinizadores ao longo do ano. A riqueza floral destas estruturas, tanto em termos de riqueza total como riqueza vegetada polinizada por insetos, é uma fonte de alimento para abelhas, aves, insetos e mamíferos
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Presença de matéria morta – a presença de árvores antigas, em estado de decomposição avançado ou até morta é benéfica para muitas espécies para os polinizadores (aves e abelhas) proporcionam buracos para ninhos, forrageamento ou até mesmo poleiros. Os invertebrados como aranhas, besouros terrestres e moscas são frequentemente encontrados nos fundos das sebes, onde se acumulam resíduos de matéria morta.