POLINIZAÇÃO
O cálculo da polinização é desenvolvida segundo a equação de Rega et al (2016) e é utilizada em combinação com a abordagem utilizada na calculadora EFA. O seu resultado é um indicador (FPCIpoll), que varia entre 0 e 100, que corresponde à adequação da estrutura para os polinizadores.
MODELO "PONTO DE PARTIDA"
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Agricultura de Conservação - apresenta os maiores valores para a polinização e maiores valores para a polinização média por hectare por causa da explicação que foi dada anteriormente no controlo de pragas aéreas; os longos comprimentos adjacentes a terras aráveis sem quaisquer tipos de barreiras (cursos de água, bosquetes, caminhos florestais). As margens de campo apresentam um índice de 586,18 enquanto que as Valas e as áreas de Pousio, apresentam respetivamente 132,35 e 117,75. Apesar destas estruturas representarem aproximadamente 10% da área total da exploração, correspondem a 92% da polinização total, pelo que se evidencia claramente a excelente disposição espacial das mesmas, maximizando este índice.
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Intensivo Pecuária e Extensivo Agrícola - apresenta elevados valores de polinização devido à estruturas das linhas de água e vegetação ripícola (397,66) não só devido à sua colocação ideal ao longo da terra arável, mas também pelos seus valores altos de diversidade florística e suscetibilidade de nidificação.
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Intensivo Agrícola e Extensivo Pecuária - segue a mesma lógica com os elevados valores das linhas de água e vegetação ripícola (buffer) e Margens de Campo, 215,80 e 202,74 respetivamente.
Em ambas as explorações o seu valor médio é bastante mais reduzido que a exploração de “Agricultura de Conservação”, porque as estruturas apresentam áreas com valores reduzidos; no caso do “Intensivo Pecuária e Extensivo Agrícola” os buffers correspondem apenas a 1,82% do total de área, enquanto que na exploração “Intensivo Agrícola e Extensivo Pecuária” as estruturas Buffer e Margem de Campo correspondem apenas a 4,79% do total da área.
Extensivo Minimalista e Diversidade de Animal Baixa - apesar de as estruturas agroflorestais, terem uma grande disponibilidade florística, grande suscetibilidade para a nidificação e de ocuparem 73% da área total da exploração, o seu valor de índice de polinização é muito baixo devido à existência de caminhos florestais que servem de barreiras entre as áreas que podem ser aráveis. Aliás as estruturas que apresentam maior índice de polinização são os bosquetes (46,00), no entanto como são de pequena dimensão (consequentemente arestas/segmentos de pequena dimensão) o índice também é de pequena expressão.
MODELO "BOAS PRÁTICAS"
As explorações Intensiva Agrícola e Extensivo Minimalista e Densidade Animal Baixa, mais uma vez apresentam os maiores aumentos percentuais, respetivamente 90% e 81%. As “Margens de Campo” são a estrutura que causa maior impacto na exploração Intensivo Agrícola (correspondem quase a 50% do total do índice). Estas estruturas, tem alguma diversidade florística (o solo é coberto por regeneração natural), e foram todas projetadas ao longos dos pivots/polígonos de terra aráveis e entre os pivots e as valas de drenagem (evitando ao mesmo tempo a dispersão potencial de pesticidas). Ou seja, adjacentes a terra arável sem barreiras. No caso da exploração Extensivo Minimalista e Densidade Animal Baixa a explicação é a mesma, sendo que as estruturas mais expressivas para o índice são os “Buffers” (orlas multifuncionais), as “Margens de Campo” e as “Árvores em Linha”. Estas estruturas foram colocadas adjacentes ao longo da bordadura do olival tradicional e de uma zona de terra arável.
A exploração Agricultura de Conservação continua a ser a exploração com maior índice de polinização média por hectare. A forte conectividade associada à ausência de barreiras físicas) entre as estruturas de foco ecológico e a terra arável é potenciada com a implementação de novas estruturas com grandes extensões de comprimentos de segmentos adjacentes/paralelos a terra arável. Estruturas essas que por sua vez têm ainda valores de disponibilidade florística e disponibilidade de nidificação bastante maiores do que o existente, como por exemplos os “Buffers” (orlas multifuncionais) – respetivamente 0,98 e 0,75 – ou os bosquetes – respetivamente 0,93 e 0,91.
Grandes valores de disponibilidade florística e nidificação, associados a grandes extensões de comprimentos de segmentos adjacentes/paralelos a terra arável e consequentemente associados a ausência de barreiras físicas, originam estruturas com elevado índice de polinização.
O índice de polinização é potenciado em todas as explorações. Este incremento advém, numa primeira instância, dos elevados valores de disponibilidade florística e de disponibilidade de nidificação das estruturas que implementamos, e numa segunda instância, da colocação ideal destas mesmas estruturas ao longo dos locais de terra arável sem que existam quaisquer barreiras físicas. Como referimos anteriormente e como pode ser constatado pela equação do índice, a existência de barreiras físicas (parâmetro “B”), como cursos de água, bosquetes, caminhos florestais, faz com que o índice da polinização decresça drasticamente.