EROSÃO DO SOLO
O cálculo da erosão do solo (unidades: t ha-1 ano -1) é feito segundo uma derivação da equação definida por Van der Knijff et al. (2000) relativa à equação USLE (equação universal da perda de solo). Como era espectável, as explorações com maior área tem maior erosão do solo comparativamente com as mais pequenas. Realça-se, como está explicado no capitulo metodológico, qualquer ocupação de solo (agrícola ou arbustiva/arbórea) tem uma erosão associada (fator C). Esta pode ser maior ou menor em função da textura do solo, da distância do declive, ou da exposição solar e gradiente do terreno.
MODELO "PONTO DE PARTIDA"
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Extensivo Minimalista e Densidade Animal Baixa - apresenta o menor valor de erosão do solo por hectare. Isto deve-se ao facto de que a estrutura que tem maior expressão na erosão ser a estrutura que tem maior área também, 78,90 C(t/ano) em 406 hectares (sensivelmente 73% da área total da exploração). Apesar de ser o maior valor para a erosão acaba por ser diluído por uma extensa área.
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As explorações Agricultura de Conservação e Intensivo Agrícola tem sensivelmente o mesmo valor para a erosão do solo total, no entanto variam relativamente á erosão média por hectare. A Terra Arável é em ambas as explorações a estrutura que maior impacto tem na erosão (39,022 C[t/ha] Agricultura de Conservação e 30,68 C [t/ha]), no entanto visto que a área ocupada é significativamente menor e que a topografia do terreno é menos homogénea, a exploração da Agricultura de Conservação acaba por ter uma erosão de solo média por hectare maior que a exploração de Intensivo Agrícola.
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Como referimos no paragrafo introdutório, a exploração Intensivo Pecuária e Extensivo Agrícola acaba por ter os maiores valores totais de erosão do solo devido à sua complexidade paisagística e consequente número de estruturas de foco ecológico (308 estruturas). A estrutura que tem maior impacto e que tem maior expressão de área na exploração é o Agroflorestal. Só esta estrutura representa um total de 385,076 C(t/ha) e um valor médio de 0,23 C (t/ha ano). A outra estrutura que também tem alguma expressão, apesar de ser metade da expressão média do Agroflorestal, são as Culturas em Talhadia com um total de 161,217 C(t/ha) que se traduz em 0,10 C(t/ha ano). As Culturas em Talhadia apresentam um valor alto de erosão, porque são das estruturas com maior fator cultural (C).
MODELO "BOAS PRÁTICAS"
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Agricultura de Conservação - tem um decréscimo percentual de -18,52%, passando de 40,05 para 32,63 toneladas de carbono, devido à reconversão de 2,5 hectares de terra arável em outras estruturas de foco ecológico com valores de erosão do solo muito mais baixos. As 6,813 toneladas de carbono correspondentes às terras aráveis decrescem para um valor total de 0,333 toneladas – 0,0014 toneladas relativas a “Arvores em Linha”, 0,06 relativos a “Sebes”, 0,022 relativos a “Bosquetes”, 0,159 relativos a “Buffers” (orlas multifuncionais) e 0,064 toneladas de carbono relativas a “Margens de Campo”.
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Intensivo Agrícola - tem um decréscimo percentual de -21,65%, passando de 36,44 para 28,85 toneladas de carbono devido à reconversão de 5,72 hectares de Pousio e de 21,23 hectares de terra arável em outras estruturas de foco ecológico com valores de erosão do solo mais baixos. As 7,343 toneladas de carbono, 2,305 correspondentes ao Pousio e 5,038 correspondentes a terras aráveis, decrescem para um valor total de 0,147 toneladas de carbono – 0,02 toneladas relativas a “Árvores em Linha”, 0,002 relativo a “Sebes”, 0,021 relativo a Bosquetes e 0,104 toneladas de carbono relativas a “Buffers” (orlas multifuncionais).
Relativamente aos outros índices, a implementação das estruturas de foco ecológico projetadas fez com a erosão decrescesse. Isto não é um aspeto negativo, mas sim positivo, visto que impedimos a perda de solo. Todas as explorações decrescem a sua erosão do solo, mas os decréscimos percentuais mais expressivos são os das explorações Agricultura de Conservação e a exploração Intensivo Agrícola.